segunda-feira, 15 de junho de 2009

Malta, é o número 6 do calendário!

Junho, mês do calor (nem que seja antigamente); dos manjericos (oh menino, não cheire senão murcha!); das sardinhas no papo seco (para mim era uma fêvera faxavor, que nunca atinei com as espinhas!); dos cantores da garagem da vizinha, e mais recentemente da camisa negra, nos palcos de Lisboa antiga (e o que é a bomba da Total desactivada, junto ao Campo das Cebolas, senão uma lembrança da velha Lisboa?); dos naturalmente barrigudos naturais da Mouraria, Castelo e Alfama, de pé descalço a dançar no alcatrão da vida; dos tunnings que largam as máquinas de velocidade pelas de feira popular do “agarra o peluche” estrategicamente colocadas entre a panela de óleo da fartura e a roullote em néon rosa dos churros recheados a molho verde varejeira.
Junho é o mês do solta a franga do churrasco e do “você é concorrente, você pode descer” na versão “você é português, você pode curtir!”
Eu cá adoro o Santo António e os grelhadores improvisados a partir de bidons de gasolina.
Orgulho-me genuinamente do espírito desenrasca do portuga. Do “esquece a miséria e sai pr’a rua”, do “posso não ter dentes mas tenho pernas p’ra dançar”, do montar o estaminé com as tábuas da obra em frente, fazer uma sangria, apregoar e vender.
Não sei se o povo é quem mais ordena, mas que é quem mais goza, lá isso é. O mês de Junho é a prova disso.
Não perco pitada desta lufada de ar poluído. Poluído das colunas no limite dos décibeis e da fumarada dos churrascos e sardinhadas. Fosse toda a poluição como esta.

1 comentário:

  1. Viva o churrasquinho, a jola e a sangria (ainda que mal mixada)!
    Espero que além de te divertires tenhas ficado com dinheiro em caixa!
    Bjs

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